terça-feira, 9 de junho de 2009

Relevância progressiva

Se algo é bom você fará novamente. Se fizer novamente, já não vai ser tão bom.

Sempre gostei do Hugh Jackman desde que o espírito do Wolverine incorporou nele, mas depois que vi ele no Oscar me tornei fã. Simpatia, versatilidade, e sem medo de rir de si próprio. Ganhar o Oscar te torna um ator de certa forma consagrado, apresentar o Oscar te torna uma celebridade, uma personalidade consagrada.

Agora ao foco, vez ou outra assisto o vídeo do musical que ele apresentou com a Beyonce e agregados. Depois de dezenas de vezes assistido, comecei a notar coisas que eu nem vi na primeira vez. Achava ótimo, marcações, coreografia, interpretações muito bem feitas, porém comecei a notar erros nas interpretações principalmente, talvez por ser algo amis natural e intuitivo, logo mais sujeito a erros, mas a questão é, que se assistisse uma vez só, ia ficar com aquela imagem quase perfeita na cabeça.

Assisti o final de Rocky quinquagésimo que passou na Record domingo. Eu gosto demais desse filme, porém vendo a parte da luta, mesmo com tomadas que tiram uma emoção, e a edição assaz(como diria o Borbs do Judão), enxerguei lá os erros da coreografia de luta, que era, por assim dizer, muito ruim, com Stallone defendendo socos com a testa, só ele e o Schwarza pra fazer isso mesmo.

Eu assisto várias vezes algo que gosto, mas várias é várias mesmo, e não sei se sou assim, ou fazer isso me tornou analítico (ou chato, para melhor esclarecer), e eu não me satisfaço com o que está na minha frente, em primeiro plano, gosto de observar isso. Isso traz, algo, eu diria um problema mas soaria dramático demais. Coisas que eu gosto demais acabo invariavelmente diminuindo o interesse por achar esse “defeitos”. Já aconteceu de em outras coisas, que eu gostava pouco, começar a gostar mais com o tempo, mas normalmente música, como a Pitty, ou coisas com formato relativamente pequeno, como seriados, mais precisamente The Big Bang Theory. Mas acontece que coisas que não gosto não vejo novamente, o que acho que é o normal também, talvez fazendo eu perder muitas coisas.

Mas acho que isso não é exclusividade de entretenimento (depende do ponto de vista). Você conhece uma pessoa, faz uma amizade inicial, pois não é isso que você quer, você vai além, começa  a namorar essa pessoa, porém com o tempo os defeitos vão aparecendo, quanto mais profunda a relação, mas eles aparecem (defeitos sempre relativos), ou fortalecendo a relação, mostrando que as qualidades da pessoa e da relação ultrapassam os defeitos, ou chegando ao ponto que tudo que você faz é achar defeito, e logo o relacionamento é extinguido. Ou não, e a pessoa sofre para o resto da vida, não raro.

Mas uma coisa isso me fez pensar, porque algumas coisas, mesmo depois de várias vezes passadas, e repassadas, só houve evolução, defeitos achados? Claro, mas qualidades muito maiores, e acho que isso que torna uma pessoa criteriosa, que faz as escolhas corretas (ou um chato que acha que faz as escolhas corretas, não sei ainda qual o meu).